E aqui estou eu a ir para casa, oiço o barulho dos carros passarem e começo a pensar que tenho mesmo de sair deste local da cidade. É assustador a poluição em redor, sentir todos os gases libertados para a atmosfera peneirarem-se nas minha narinas.
- Atchim!
Mais um espirro de uma criança que passava pelas ruas.
Tenho mesmo de sair deste local da cidade!
Entrei em casa pela porta das traseiras, para não ter de ouvir mais uma história de hora e meia da D. Filomena.
Bolas! Mais uma vez a fechadura encravada!
Vou ter de ir pela frente, ouvir as últimas da D. Filomena e finalmente conseguir entrar em casa pela outra porta. Tenho mesmo de saber o que se passa com esta! Deve já estar a dar as últimas...
Sim... Hum, hum... Pois, compreendo... Ouvi tudo até ao fim. Já são quatro horas e ainda tenho de ir buscar o André à creche. O tempo passa a voar, nem sequer tive tempo de fazer o curriculo.
Talvez fique pronto esta noite, não posso adiar mais.
- Vem André! Amanhã brincas mais! - disse eu.
Viemos o caminho todo a contar os carros que passavam, e finalmente, depois de mirar-mos um contentor caído no chão ao fundo da rua e nos perguntar-mos quem foi o atrasado mental, chegámos a casa.
Fiz o jantar! Lá comemos um marisco acabado de sair do forno bem quentinho! Depois lavei os dentes ao André, meti-o na caminha e quando me certifiquei de que já estava a dormir, fui acabar o curriculo.
O computador pifou! E também não é desta que faço o curriculo! Vou esquecer isto! Continuo a viver aqui, e logo que garantir que tenho uma boa poupança saio desta maldita cidade...
Eu sei que vou conseguir...